A minha geração é melhor que a tua

Cada geração preocupa-se com o facto de os padrões educativos estarem a baixar. Um dos mais antigos ensaios na história da Humanidade, que data da Suméria de há cerca de 4000 anos, lamenta o facto de os jovens serem muito mais ignorantes do que a geração imediatamente precedente. Há 2400 anos, Platão, na altura idoso e rabugento, no livro VII das Leis, dava a sua definição de analfabetismo científico: Quem é incapaz de contar um, dois, três, ou de distinguir os números ímpares, ou quem é incapaz de contar seja o que for, ou de fazer cálculos com a noite e o dia e aqueles para quem a revolução do Sol, da Lua e das outras estrelas é totalmente alheia…Todos os homens livres , creio eu, deveriam aprender tanto sobre estes ramos do conhecimento quanto se ensina a cada criança no Egipto quando aprende o alfabeto. Neste país, os jogos aritméticos foram inventados para uso das crianças, que os aprendem com prazer e divertimento…Eu…já com uma idade avançada, ouvi com surpresa falar da nossa ignorância sobre estas matérias; quanto a mim, parecemo-nos mais com porcos do que com homens e sinto-me envergonhado, não só de mim mas de todos os gregos.”

Sagan, Carl, in “Um Mundo Infestado de Demónios”, Ciência Aberta, Gradiva, 1ª edição,1997, pág.21.

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