“Numa viagem de táxi, um rico olha para a paisagem. Um pobre só olha para o taxímetro.” – Edar Shafir, professor de Ciências Comportamentais na Universidade de Princeton
A escassez afeta as capacidades cognitivas, influencia a forma como pensamos e agimos, precisamos de fazer escolhas e de nos focarmos nos bens essenciais. Aqueles que vivem com um orçamento apertado vivem em sobrecarga cognitiva. Estudos realizados em países africanos revelaram existir uma correlação entre assiduidade escolar e a roupa. Quando deram às crianças um bom uniforme estas ficaram contentes e passaram a ir à escola. As batas que se usavam antigamente nas escolas portuguesas tinham um objetivo!
Em Portugal em 2020 53% dos adultos e 29% das crianças tinham excesso de peso ou obesidade. Há já quem considere estas preocupações das autoridades como crimes de ódio!
O antigo avançado “The King”, Jeff Astle morreu em 2002, aos 59 anos, devido a uma doença neurodegenerativa, Encefalopatia Traumática Crónica, tradicionalmente chamada demência do pugilista. Explicou-se que foi o ato de cabecear repetidamente a bola de couro a provocar a sua morte. Estudos correlacionaram demência e futebol profissional, alguns tipos da doença foram diagnosticados em cinco ex-futebolistas da seleção inglesa de 1966. Antigos futebolistas têm 3,5 vezes mais probabilidades de morrerem com doenças neurodegenerativas do que não futebolistas. Por isso a Associação de Futebol Inglesa acaba de proibir o jogo de cabeça dos sub-12 para baixo.
Tavares da Silva, Hugo, “É OU NÃO PERIGOSO CABECEAR UMA BOLA?”, Jornal “Expresso”, 5/08/2022, pág. 30
Programa da Associação de Investigação de Cuidados de Suporte em Oncologia, que promove a atividade física em doentes oncológicos. Vem contrariar o mito de que os doentes com cancro deveriam evitar a atividade física para poderem armazenar energia.
“Logo após o diagnóstico, os programas de pré-habilitação, baseados no exercício físico, melhoram a capacidade dos doentes tolerarem os tratamentos e reduzem as complicações e os tempos de internamento pós-operatórios” – Ana Joaquim, oncologista.
“Há alguns estudos que apontam que caso as pessoas correspondessem aos requisitos mínimos de atividade física poderiam ser prevenidos quatro em cada dez cancros” – Tiago Moreira, coordenador do projeto Quality Onco Life.
Foi o consumo de carne que nos tornou humanos, diminuindo a necessidade de um sistema digestivo para processar a matéria vegetal. Como consequência o intestino humano diminuiu, libertando energia para o cérebro, que cresceu de tamanho. E com o controle do fogo a carne cozinhada tornou-se mais fácil de digerir. A fome na Terra não é explicada pela falta de alimentos, nem de dinheiro, mas sim por uma questão política. Todos os dias são mortos no mundo 3.000 milhões de animais para a alimentação humana. Existem aproximadamente na Terra mil milhões de vacas (“Statista”). 40% da população mundial não tem dinheiro para fazer uma alimentação saudável (Panorama Humanitário Mundial 2022). A criação industrial de carne causa poluição e emite gases de efeito de estufa (CO2, Metano e Óxido Nitroso). Mas por razões económicas os políticos só falam de combustíveis fósseis, muito menos poluentes do que a pecuária. Consumimos 60 mil milhões de galinhas/ano, a maioria delas alimentadas com ração à base se soja, oriunda de solo desflorestado. A “Primeval Foods” propõe-se remodelar a alimentação no mundo até chegar a cada canto, através da carne cultivada sem necessidade de matar animais. A partir de uma pequena amostra de tecido de animais alimentam as células com macronutrientes essenciais (aminoácidos, carboidratos e minerais) que as fazem crescer sem necessidade de usar hormonas de crescimento, antibióticos (o seu uso indiscriminado na pecuária está a dar origem às bactérias superresistentes que dizimam o Homem) e OGMs. As carnes são cultivadas em tanques de aço inoxidável (cultivadores). As células seguem apenas o seu processo natural de formar carne dentro dos cultivadores, assim como fazem dentro do corpo de um animal.
Aos autistas são-lhes negados pelo menos seis direitos que estão consagrados na Declaração dos Direitos Humanos da ONU:
1º – O Direito à Dignidade. Segundo o National Autistic Society, metade dos adultos autistas na Grã-Bretanha (UK) reportaram que foram abusados por alguém que consideravam ser seu amigo e ¼ que foram roubados.
2º – O Direito à Educação. Estatísticas mostraram que uma em cada cinco crianças na UK foram excluídos da escola. E 80% das que permaneceram dizem que sofreram bulling.
3º – O Direito da Igualdade do Acesso aos Serviços Públicos. Um em cada três autistas adultos desenvolve doença mental grave devido à falta de apoios. Numa clínica para adultos que procuram um diagnóstico de autismo, dois terços dizem que já pensaram em suicidarem-se, e 1/3 tentou o suicídio. No UK o tempo de espera por um diagnóstico pode ser de 12 meses ou mais.
4º – O Direito ao trabalho. No UK só 15% dos adultos autistas têm um emprego em full-time, apesar de muitos terem uma boa inteligência e até talentos. O desemprego é um fator para a depressão.
5º – O Direito à Proteção contra a Descriminação, o Direito a uma Vida Cultural, ao Descanso e ao Lazer. Muitos autistas já foram convidados a sair de um supermercado, de um cinema, por causa dos seus comportamentos. Metade dos autistas adultos no UK dizem sentir-se sozinhos, 1/3 deles ficam em casa durante muito tempo e 2/3 sentem-se deprimidos por causa da depressão. Um em cada quatro autistas não tem amigos.
6º – O Direito à Proteção da Lei. Uma em cada cinco crianças autistas no UK foram questionadas pela polícia e 5% foram detidas. 2/3 dos agentes disseram que não receberam formação para intervirem com pessoas autistas.
Para o próximo ano os políticos serão alertados para a injustiça e terão de garantir Direitos Humanos para os autistas, criando condições para a proteção dos direitos dos autistas. A ideia de “neurodiversidade” entre os humanos , em que se aceita que a mente e o cérebro não são iguais e a diversidade deverá ser celebrada. Olhar para o autista de uma forma diferente da atual, que se baseia num modelo médico. Numa sociedade civilizada fazem-se ajustamentos razoáveis para os cidadãos com incapacidades, tendo em vista minimizá-los, promovendo a inclusão social.
Simon Baron-Cohen, professor de psicologia e psiquiatria na Universidade de Cambridge e diretor no Autism Research Centre
“Autistic people will claim their human rights” in “The Wired World in 2022”, pág. 82.
Zachary Mainem (Dirige o Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud)
As políticas educativas ao nível das tecnologias não deverão cingir-se unicamente a apetrechar as escolas de material informático, mas também a tecnologias (Aparelho Bantam – Easystand) que permitam que os alunos DID com deficiências motoras profundas usufruam de atividades que lhes proporcionem Estímulos Emocionalmente Competentes que causem sentimentos de alegria e que reduzam a dor, aumentando assim o bem-estar. Estes alunos devem estar diariamente na posição bípede 120’ / Dia e não encostados a um canto durante a maior parte da atividade letiva.
Objetivos:
– A posição de pé afeta a densidade óssea
– Melhora a digestão
– Diminui a espasticidade
– Diminui as contraturas
– Melhora a respiração e circulação
– Melhora o controle da cabeça
– Efeitos psicológicos: melhora a auto-estima e o contacto ocular.
Hipócrates designava a epilepsia como “doença sagrada”. Platão dizia que as doenças mentais eram transtornos éticos e divinos, e classificava-os como proféticos, rituais, poéticos e eróticos. Quantas religiões terão tido origem num epilético?
De 2 de março a 22 abril, em 80 países participantes, decorre a aplicação dos testes PISA que medem literacias diversas dos alunos com 15 anos de idade entre o 7º e o 12º anos em todas as modalidades de educação e formação. Portugal participa com 12.000 estudantes, pertencentes a 231 escolas. As políticas educativas têm os resultados como referência. No Ensino da Matemática há 50 anos o grande enfoque incidia sobre o domínio do cálculo, o que se conseguia realizando muitos exercícios rotineiros. Hoje é preciso capacidade de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, que não se aprendem com exercícios iguais (ex: na prova do 6º ano de 210 havia uma pergunta que implicava fazer uma soma de 5+2 a partir da leitura de um quadro). “Competências Desenvolvidas” é o que mede, e não cultura geral. Num estudo internacional do PISA os alunos portugueses erraram, por exemplo, tudo o que implicava interpretação de tabelas.