A “Bomba Energética”

Existe uma relação entre as várias maneiras de respirar e o nosso comportamento e sentimentos. Quando respiramos fundo usando o tórax, o sangue fica rico em oxigénio (O2) e pobre em anidrido carbónico. Como consequência fica mais alcalino, e neste meio a hemoglobina, que transporta O2 dos pulmões para os tecidos fica ávida pelas suas moléculas. Existe assim grande quantidade de O2 nos pulmões e no sangue, mas pouco nos tecidos orgânicos, incluindo o cérebro e os músculos. Neste caso só funcionam os neurónios e as fibras musculares que não dependen de O2 (anaeróbicos) e que parecem ser aqueles que estão preparados para automatismo de emergência. Assim, o que despertamos com a hiperventilação são automatismos de emergência, uma vez que os neurónios de que depende a consciência e a memória explícita necessitam de O2 para funcionar.

Abreu, Pio J.L., “Como tornar-se doente mental”, Dom Quixote, 25ª edição, 2018.

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